4 de mar. de 2017

Dá pra desconhecer?

Só Deus sabe onde ele está agora. E eu, bom, a única certeza que tenho é de que não está comigo. Da última vez que nos vimos ele gritou, olhando nos meus olhos, que eu estava louca por achar que minhas grades iam segurá-lo, então, eu o deixei voar e agora posso ver que não era realmente meu. E por não ser, eu chuto que nem deveria tê-lo conhecido. Deve ter sido por teimosia. O certo era ter continuado em casa, trocando de canais com o controle na mão. Controle da TV, da minha vida e principalmente das minhas vontades. Não é que ele tirou tudo de mim, é só que grande parte das coisas perderam aquele detalhe, sabe? Seja os dedos entrelaçados enquanto procuramos alguma coisa no shopping, seja o calor do corpo dele substituindo um cobertor nos dias não tão frios assim. Mas fim. Acabou. Da mesma forma que nos acostumamos com a falta de sal na comida quando a hipertensão é descoberta, vou me acostumar com a falta dele. Pode levar um tempo. Só espero que não leve muito, não leve tudo, não me leve.

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