10 de jan. de 2017

Prazer, sou sua

É sempre assim, do nada, sem planejar e, às vezes, sem querer que aparece alguém e nos faz mudar de ideia sobre o amor, sobre a vida, sobre as cores e até sobre espaço. Uma hora a gente se cansa dos destinos de sempre, das conversas de sempre e dos fins de toda hora. A pessoa chega e a gente se vê deixando ela entrar e fazer morada. Aquele "boa noite" já não é mais o mesmo, parece incompleto e repleto de vontade de ser ouvido de perto, ali, na pontinha da orelha, sentindo o cheiro dos cabelos dela e vendo que o toque tem muito mais poder do que se podia imaginar. É assim mesmo, do nada, que a gente que sempre gostou da liberdade se pega de mãos dadas com alguém que se apegou aos mesmos gostos de cá. A gente acaba trocando uma sexta à noite, um domingo de manhã, um churrasco com os gringos e quando se toca, já trocaram de roupa e de pele. Sabe a nudez? É mais que isso. A alma fica transparente e até o que não é dito vai ser lembrado. E aí, de repente a gente se apresenta à músicas, pessoas, lugares e vai, no dia-a-dia, querendo cada vez mais ficar.

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