4 de jul. de 2016

Espera aí


Não era o primeiro encontro, mas ainda assim ele estava impaciente. Tinham combinado às 20h, mas desde às 19h ele já estava na esquina parado esperando por ela. Não quis parecer apressado então não ligou nem mandou mensagem, se contentou com a sombra dela na janela do 2º andar. Viu quando ela trocou o que parecia ser o terceiro vestido, conheceu as curvas dela antes mesmo de saber o gosto do beijo, viu quando ela tirou a caneta do cabelo e ele caiu sobre os ombros. Ele se sentia como um adolescente esperando a boa vontade do pai para leva-lo a festa em que, finalmente, dançaria com a garota que gostava. A lembrança o fez sorrir. O celular apitou, era hora. Abaixou o freio de mão e deixou o carro descer, em silêncio, sem fazer barulho. Deu uma buzinada e pronto. Aquele rosto lindo apareceu na janela com um sorriso largo no rosto, acenando um “espera aí”, a noite estava apenas começando.

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