14 de jun. de 2016

O sorriso dela


Eu me lembro como se fosse ontem. Não dava nada por aquela morena do outro lado da rua. Os olhos castanhos eram pequenos, mas carregavam um brilho especial, o cabelo preto escondia a bochecha grande, mas a boca nunca passou despercebida. Lábios carnudos, que viviam vermelhos e molhados, culpa daquela mania boba de mordê-los enquanto pensa, enquanto divaga, enquanto viaja. Entre uma risada e outra eu fui descobrindo o quanto sou fã de olhos sorrindo. Os dois já pequenos, tornavam-se risquinhos coroados por sobrancelhas fartas e feitas. Ela tinha aquele lindo erro genético. Covinhas que enfeitavam o sorriso e completavam uma das feições mais contagiantes que já conheci. Ela tinha detalhes que só após horas de admiração poderiam ser descritas detalhadamente. E bom, depois de anos dormindo ao lado dela eu já sou capaz de citar e elogiar cada uma. Eu não dava nada por ela, até ela sorrir pra mim.

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