22 de ago. de 2015

Deixa eu ocupar esse espaço

Ah, você e essa mania de se fazer de durona. Mania de andar sempre franzindo a testa e de cara fechada, na tentativa de passar despercebida no meio dessa multidão de gente igual. Quem te vê assim pisando alto, pode jurar que você é daquelas que nada agrada, que é uma porteira, não faz questão de nada nem de ninguém, age com ignorância e jamais seria capaz de fazer uma boa ação. O que eles não imaginam é que todas as noites você se ajoelha na beirada da cama e agradece por mais um dia de vida, pede forças para seguir em frente e coloca todos os planos e sonhos nas mãos de Deus. Quem te olha parada no semáforo não consegue ao menos sonhar que todo mês você passa horas na cadeira do Hemominas, doando sangue ou que seu nome está na lista de doadores de medula óssea. Os caras que te observam sentada na biblioteca da faculdade, imersa em livros antigos, não fazem ideia do quanto seu beijo é bom, de como as curvas do teu corpo são um caminho sem volta ou da sua facilidade em ser sexy, mesmo sendo tão desastrada. Eu sei das suas qualidades e valorizo cada uma delas, não adianta tentar ser fria ou fingir que não se sente segura comigo. Sei que essa resistência é culpa dos relacionamentos anteriores, mas pensa, se eu vivesse meus dias baseado em tudo que já passei, jamais teria sentado de frente para o seu prédio na tentativa de entender os seus sumiços frequentes. Seu coração é enorme, eu quero ter um espaço aí. Olha só, o amor é como remédio, cura de dentro pra fora, então me deixa cuidar de você!

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