2 de ago. de 2015

A última dança

Ainda não consigo entender os efeitos que essa menina me causa. Quando chega na porta de casa o cheiro dela predomina. O rebolado toma conta do ambiente, e me alucina. Chega como quem não quer nada, mas sabe que no fundo, me tem nas mãos. Estou sob o seu domínio. Me olha nos olhos, me beija os lábios, me morde a língua. Devagar, com calma de quem sabe exatamente o que está fazendo. Dedos ágeis de quem já desabotoou muitos botões. Prefiro pensar que foram os dezoito daquela blusa azul. Sim, eu contei um a um enquanto lutava contra a vontade de rasgar tudo. A língua dela caminha pelo meu corpo como se aquela estrada fosse a sua rota diária, numa velocidade que ignora as minhas curvas quase definidas. Ela brincou bastante, não via a hora de descobrir até onde aquela barriga linda ia me levar. Com seios firmes e fartos era impossível ignorar tamanha perfeição. Bastou um toque dos meus dedos para que a pele sedosa, tornasse rígida e se arrepiasse. A facilidade com que seu corpo respondia aos meus atos, me impressionava. Logo que meus lábios resolveram que era hora de caminhar, pude ouvir quando um gemido baixo escapou, sem querer, daquela boca vermelha. De lá de baixo era possível ver a bochecha queimando, a vergonha apareceu e como se não fosse possível, tornou a sensação de ter o gosto dela na minha língua, ainda mais excitante. Passeei durante longos minutos no mais íntimo que já estive dela. Senti quando o corpo começou a se contorcer e foi impossível tirar os olhos daquela cena. Testa franzida e olhos apertados, enquanto mordia a boca com força. As unhas corriam pela parede em um barulho irritante e enlouquecedor. A selvageria daquele cabelo preto era o toque final. As costas se arquearam enquanto o quadril permanecia imóvel na cama. Minha língua invadiu o máximo que pôde e logo foi ensopada pelo gosto quente dela. As pernas tremiam e o corpo foi se relaxando aos poucos. Ela se levantou abruptamente e em uma dança perfeita. Senti quando escorreguei para um lugar molhado e quente. A forma com que ela me surpreendia, sempre me deixou fascinado. Naquele momento, eu não poderia querer mais nada.

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