Aquele beijo. Sim, aquele! Que me fez esquecer em que
dimensão estávamos, que arrepiou cada parte do meu corpo. Que começou nos
lábios e me latejou inteira. A boca dele chegou de mansinho como quem não quer
nada, mas sem deixar esconder a maciez, a doçura e a sede. Antes das
línguas se encontrarem, senti o toque dos dedos dele na minha
bochecha, traçando um caminho até a minha nuca, deixando todo o trajeto anterior pulsando e desejando um pouco mais dele. Com firmeza, segurança e certeza de que estava fazendo a coisa certa, segurou meu cabelo, tornando meu pescoço nu.
Já esperava por um beijo selvagem e devastador, mas ao contrário, sua língua
dançou lentamente com a minha, sem deixar espaço para mais nada. Aqueles
braços me envolveram com força, mas não permitiram que o beijo tomasse um ar pervertido. A vontade de me despir não demorou a dar as caras. Ali, no meio da rua, o
barulho dos carros tornou-se música, nossa trilha sonora, e tive certeza de
que não poderia estar em um lugar melhor.
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