6 de abr. de 2017

Olhos cor de que?

A gente nunca sabe se dura uma noite ou se dura uma vida. Nunca sabe se aquela conversa sobre os próprios defeitos vai fazê-lo ficar ou sair correndo por horas a fio sem olhar para trás. No começo a gente se agarra aos detalhes para tentar decifrar no que é que aqueles encontros de segunda à noite vão dar. De repente se pega olhando pro teto e refazendo os diálogos da última conversa que é pra ver se da próxima vez consegue dar menos na cara. Não era joguinho no começo e não vai ser agora. Minha meta sempre foi o manter interessado. Interessado em mim, nos nossos encontros e reencontros, nas conversas jogadas fora, nas pernas entrelaçadas e nos risos frouxos. Ele é desconfiado, cético e de poucas palavras, mas é o equilíbrio entre os pés no chão e a minha extravagância diária. Sou impulso, inconsequência, irresponsabilidade. Ele tem as próprias regras e não faz vista grossa, a não ser para todos os textos que escrevo para ele e o sem vergonha segue fingindo que não os vê. E tá tudo bem, eu escrevo e vou fingindo que nada é pra ele também. E quem sabe ele esteja mesmo certo. Vai ver é desse equilíbrio que eu tanto gosto. Vai ver são os olhos cor de folha seca que não me deixam desviar, virar e não voltar.

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